Blogs dos EUA criticam Luluzinha Teen


Lançada na semana passada no Brasil, Luluzinha Teen e Sua Turma continua gerando comentários negativos na imprensa especializada brasileira e entre fãs tradicionais de quadrinhos. E aos poucos começa a despertar o desprezo do país natal de Luluzinha, os EUA.
"Yow! O que fizeram com a Luluzinha?" é o título do post no blog Robot 6, especializado em quadrinhos. Comentando as transformações nos personagens (Bolinha magro e roqueiro, Aninha geek, Glorinha especialista em moda), o blog é incisivo e irônico: "Então... tiraram tudo que havia de original e divertido nos personagens e trocaram por clichês genéricos? Tenho certeza que vai ser ótimo para eles".
No Cartoon Brew, voltado para cartunistas em geral, os autores também não perdoam: "Se você acha que os EUA têm o monopólio de arruinar clássicos do cartum... já viu o revival brasileiro da Luluzinha como adolescente?". Seguem-se mais de 40 comentários, até agora, nada elogiosos sobre o caso (inclusive de brasileiros).
Por fim, a blogueira Heidi McDonald, que já foi editora de quadrinhos infantis nas grandes editoras dos EUA, tenta ver algum crédito na nova versão: "Honestamente, não me incomodo muito... A Lulu original ainda está ali, sentada na estante, ninguém se machucou na produção desse gibi. Além disso, os originais eram coisa de sua época - as crianças tinham simples vidas suburbanas sem estímulos eletrônicos, fora o rádio e um filme ocasional. Isso não existe mais", escreve. Mas não deixa de dar uma alfinetada: "Seria melhor se os caras-que-mandam estivessem pensando em algo original, mas acho que isso é muito difícil".
Enquanto isso, no Brasil, o roteirista de Luluzinha Teen, Renato Fagundes, publicou uma carta no blog Gibizada, na qual diz aceitar as críticas, embora defenda o projeto: "Para quem vê de fora pode parecer limitador, mas é estimulante criar a partir de pontos de partida estabelecidos. Até porque muitos deles foram definidos ouvindo diretamente o público que queremos atingir, as meninas e os meninos a quem o projeto se destina, em grupos de discussão e sessões de leitura promovidos pela editora".
E complementa: "Se até o Conan Doyle resgatou o Sherlock Holmes da morte por causa do clamor dos leitores, quem sabe os comentários espalhados por aí não fermentam futuras transformações nas nossas histórias e nos nossos personagens? Eles são jovens. Têm todo o direito de mudar".

 

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